
Analisar sobre as festas juninas exige uma reflexão
teológica, pois na realidade são festas religiosas, embora tidas como folclore.
Elas fazem parte das manifestações populares mais praticadas no Brasil e
homenageiam quatro santos católicos: Santo Antonio (13 de junho), São João (24
de junho) e São Pedro e São Paulo (29 de junho).
Esta reflexão não tem por objetivo atacar nenhuma religião,
já que, por direito constitucional,todos podem professar o credo que desejarem
e devem ser respeitados. A intenção é confrontara prática dos festejos juninos
com a Palavra de Deus e com a verdadeira religião, que é a religiãoda
obediência irrestrita e voluntária a essa Palavra, independente de placas que
identifiquem as igrejas.
Vivemos um tempo de confusão dentro da igreja do Senhor. A
permissividade, infelizmente, está sendo muito bem aceita pelas igrejas, que
adaptam aos seus costumes práticas espirituais absorvidas e preconizadas pelos
grupos idólatras. Vemos muitas aderindo às festas juninas, outras adotando as
“festas julinas”, trazendo para os seus arraiais as manifestações próprias das tradições religiosas que cheiram ao paganismo.
Existem os que, embora suas igrejas não adotem tais
festejos, participam dos mesmos em quermesses e festas promovidas por outros
grupos. Nada contra reuniões de descontração, saborear comidas da roça e se
alegrar, já que somos um povo festeiro e gostamos muito de nos reunir com a
família espiritual. Mas a Bíblia nos chama ao cuidado com os festejos de fundo
religioso que a contradizem em sua essência. Qual é a essência da Bíblia? A
Bíblia é essencialmente Cristocêntrica e essencialmente monoteísta, rejeitando
toda adoração e toda invocação de espíritos fora da Trindade Santa. A nossa
oração é feita ao Pai, em nome de Jesus e
com a orientação do Espírito Santo (Jo 14.13,14,26).
O PERIGO DA IDOLATRIA

Por trás dessas festas estão os personagens, pessoas que
viveram realmente e que foram canonizadas por um poder religioso terreno, as
quais podem receber devoção, preces e sacrifícios. As comemorações de cunho
religioso foram apropriadas de tal forma pelo povo brasileiro que ele
transformou o Carnaval – ritual de folia que marca o início da quaresma
católica, período que vai da quarta-feira de Cinzas ao domingo de Páscoa – em
uma das maiores expressões festivas do Brasil no decorrer do séc. XX, com
características cada vez mais imorais e perniciosas. Do mesmo modo, as
comemorações dos santos católicos fazem parte de um ciclo festivo que passou a
ser conhecido como festas juninas.
QUE MAL HÁ EM PARTICIPAR DE UMA FESTA TÃO ALEGRE?

O mais grave dos pecados que o ser humano pode cometer é a
prática da idolatria, porque coloca outros no lugar que pertence somente a
Deus. O coração passa a ser ocupado por deuses eleitos pelos homens e
construídos pelas suas mãos. Ser idólatra é dirigir preces e devoção a
intermediários que não são deuses. Como diz o Salmo 115.4-8: “Os ídolos deles
são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; têm olhos,
mas não vêem; têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram; têm
mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua
garganta. Tornem-se semelhantes a eles os que os
fazem, e todos os que neles confiam”.
O primeiro mandamento dado por Deus é que Ele seja
reconhecido e amado como único Deus. O
segundo mandamento condena qualquer
manifestação de veneração aos ídolos: “Não terás outros deuses diante de mim.
Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima
nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te
encurvarás a elas, nem as servirás”, Êx 20.1-6.
A veneração aos santos forma o pano de fundo das
manifestações populares nas festas juninas. Todo o aparato que precede o dia da
festa em si, é feito com intenção voltada para o santo da festa. Exemplo: a
confecção de bolos enormes, que exige muitas pessoas trabalhando e muitos
donativos, vendidos no dia de Santo Antonio, contém em seu interior medalhas do
santo. Quem conseguir encontrar uma medalha no pedaço que adquiriu, terá sorte
no amor, conseguirá um noivo ou alcançará melhoria no seu casamento.
A Bíblia diz que a esposa prudente vem do Senhor, como
também vem do Senhor o marido fiel (Pv 19.4; 20.6). O primeiro milagre de Jesus
foi realizado num casamento, onde Ele arroga para Si o poder de transformação
nos embates da família (Jo 2). Assim, o ídolo ocupa o lugar que pertence ao
Senhor.
Participar das festas juninas, aparentemente tão inocentes,
é concordar com os costumes preconizados em sua realização. O apóstolo Paulo
ensina que tudo o que é oferecido ao ídolo é oferecido ao demônio, 1 Co
10.14-21. Os vv. 20-21 trazem: “Antes digo que, as coisas que os gentios
sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus. E não quero que sejais
participantes com os demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice
dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos
demônios”.
O costume dessas festas é religioso e movido pela tradição
romana. Por mais que elas tragam brincadeiras que agradem principalmente as
crianças, o perigo é que as tradições e costumes possam entrar na vida dos
pequeninos e eles entenderem como normal aquilo que a Palavra de Deus reprova.
Observe o que Paulo escreve: “Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa
sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a
tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo”, Cl
2.8. A Bíblia relata como o povo de Israel sofreu duros castigos ao assumir os
costumes de povos que o próprio Deus pediu para não se envolver com eles (Jr
7.16-23).
Se a Bíblia é a Palavra de Deus e reveladora da Sua vontade,
precisamos tomar cuidado para que não sejamos pegos como inimigos da mesma. O
povo vai acostumando tanto com as práticas admitidas racionalmente e não repara
que a Bíblia deixou de ser a sua regra de fé e prática. Não é de estranhar que
os filhos já não desejam ler a Bíblia e servir ao Senhor Jesus.
Tem sido um grande problema para pais evangélicos o fato de
que, se seus filhos não participarem das festas juninas, perderão notas no
boletim. No Inciso 5º da Constituição Federal reza o seguinte: “é inviolável a
liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais dos
cultos e suas liturgias”. Para assumir a postura de contrariedade à
participação em tais festejos é preciso coragem, postura firme e ensino
frequente da Palavra dentro da casa.
ORIGEM DAS FESTAS JUNINAS
1. Uma fonte traz que a origem dessas festividades remonta à
antiguidade, quando se prestava culto à deusa Juno. Os festejos a esta deusa
eram denominados Junônias, atualmente festas juninas. Segundo a mitologia
romana Juno era a protetora do casamento, do parto e, sobretudo,da mulher em
todos os aspectos da sua vida. Juno era a principal deusa e a contrapartida
feminina de Júpiter, seu irmão e incestuoso marido. Com Júpiter e Minerva,
formava a tríadecapitolina de divindades difundidas pelos reis etruscos, cujo
templo se erguia no Capitólio, em Roma.
Essa deusa recebeu vários epítetos, segundo os papéis que
desempenhava, por exemplo: Juno Iterduca, que conduzia a noiva à nova casa;
Juno Lucina, que auxiliava o nascimento das crianças; Juno Natalis, que
presidia o nascimento de cada mulher; e Juno Matronalis, que protegia a mulher casada.
Assim como todo homem possuía seu “gênio”, toda mulher tinha sua “juno”, ou seu
anjo protetor. Sua festa principal era a Matronália, celebrada em 1º de março,
data em que mulheres casadas se reuniam e levavam oferendas ao templo de Juno
Lucina. Tais manifestações trouxeram inspiração para o Catolicismo Romano, que
colocou essas festividades no mês de junho. Quando o cristianismo foi
implantado na Europa, depois de muito relutar, a Igreja Romana aceitou algumas
das festas pagãs, entre elas as Junônias.
2. Outra fonte diz que as festas juninas são de origem
européia, e que fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de
verão. A festa junina do dia de “Midsummer” (24 de Junho) tornou-se, pouco a
pouco na Idade Média, um atributo da festa de São João Batista, o santo
celebrado nesse mesmo dia. Ainda hoje, a Festa Junina é o traço comum que une
todas as festas de São João européias (da Estônia a Portugal, da Finlândia à
França). Estas celebrações estão ligadas às fogueiras de Páscoa e às fogueiras
de Natal.
Uma lenda católica dogmatizando a Festa Junina pagã estival
afirma que o antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu
tinha suas raízes em um acordo feito pelas primas Maria e Isabel. Para avisar
Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o
parto, Isabel teria de acender uma fogueira sobre um monte. Interessante notar
que a Bíblia, a qual relata a história de ambas, no início do Evangelho de
Lucas, nada traga que abalize essa lenda.
3. Para os brasileiros as festas juninas são uma herança
portuguesa resultante dos cultos pagãos em louvor a terra, inspirados na data
de nascimento de São João. Sua origem foi influenciada por festas bárbaras e
pagãs, com fogueiras e queimas de fogos para afugentar os maus espíritos.
Começaram nos campos e plantações, daí os trajes típicos de
caipiras e sinhazinhas, com casamento de roça, discurso do padrinho, as
capelinhas decoradas, etc. Mais tarde as festividades tomaram um cunho
religioso com apresentação de tradições locais, influenciada pelas lendas e
hábitos do populacho.
Além de desagradar ao Senhor com a prática das festas
juninas, o participante das mesmas O entristece pelo fato de satirizar pessoas
pelas quais Jesus deu a Sua vida, no caso, o homem do campo, tão importante
dentro da nossa economia, já que o Brasil é o maior país agrícola do mundo.
As
Festas Juninas humilham as pessoas do campo; o caipira, quando não é banguela é
desdentado, seu andar é torto, ele é corcunda por causa da enxada, a botina é
furada, suas roupas são rasgadas e remendadas, um pobre coitado.
A Bíblia diz: “Quem caçoa do pobre insulta a Deus, que o
fez”, Pv 17.5.
ALGUNS MOTIVOS PARA NÃO PARTICIPAR DAS FESTAS JUNINAS
a) Plágio do paganismo;
b) Os santos não ouvem orações e nem têm poder para as
intermediarem junto a Deus (Ec 9.5,6);
c) Deus condena a invocação de mortos e qualquer
manifestação espiritual dedicada a eles (Is
8.19; Dt 18.9-12);
d) Os louvores e honras prestados nesses festejos, na
verdade, são recebidos por outros espíritos
(1 Co 10.14-21);
e) As comidas servidas ou vendidas nessas festas são
benzidas, consagradas ao santo do dia, prática proibida pela Bíblia (At 15.29;
1 Co 10.21)
f) O pior perigo é os crentes perderem a sua identidade como
partes do povo de Deus. Conviver mais de perto com os povos da terra torna o
cristão mais suscetível às suas influências e ao pecado. A tendência de
relativizar o pecado, julgando que não tem importância, que devemos nos
contextualizar, traz o perigo da apostasia, a qual não se apresenta com uma
forma definida.Ela vai se instalando aos poucos, quando o crente vai perdendo o
compromisso do seu testemunho cristão num mundo
g) O crente fica mais vulnerável aos ataques do inimigo,
quando abre portas no seu coração para as práticas da idolatria.
CONCLUSÃO
Poderia continuar esse estudo, falando sobre os santos
homenageados e as crendices em torno deles, bem como sobre todas as práticas
que envolvem as festas juninas. Mas isto pode ser encontrado em muitos estudos
disponíveis na internet e o interessado em fazer a vontade de Deus terá sobejas
oportunidades de se aprofundar no assunto.
Uma coisa é certa: os santos bíblicos jamais aceitaram
adoração, nem homenagens pelos poderes que receberam de Deus. Assim foi com
Pedro (At 10.25,26), com Paulo e Barnabé (At 14.11-15), com João Batista (Jo
3.30), com João, o evangelista (Ap 19.10) e com o anjo celestial (Ap 22.8-9).
Eles também não podem fazer nada pelos vivos. Pedro e João, como servos de Deus
obedientes que foram, estão no céu, conscientes da felicidade que lá os cercam
(Lc 23.43; 2Co 5.6-8; Fp 1.21-23). Não estão ouvindo, de forma nenhuma, os
pedidos das pessoas que os cultuam aqui na terra. O único intercessor eficaz
junto a Deus é Jesus Cristo: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus
e os homens, Jesus Cristo homem”, 1 Tm 2.5.
Concluo citando as palavras do Apóstolo Paulo: “Não vos
prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça
com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há
entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o crente com o descrente? E que
consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus
vivente, como
Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei, e eu serei o
seu Deus e eles serão o meu povo. Pelo que, saí do meio deles, e apartai-vos,
diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; E eu serei para
vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor, Todo- Poderoso”.